quarta-feira, agosto 03, 2005

Ar

Sozinha passeio,
Flutuo mandada e comandada
Executo as tarefas,
Como nada mais houvesse para fazer,
Não interessando o que passeia pelo meu pensamento.
Por fora maquina cinzenta sempre a postos,
Por dentro sangue que seca
Que só me enche o copo,
E se transforma em agua salgada,
Que escorrega dos faróis do meu cérebro
Sempre atentos aos atentados
Que vêm directos ou em zigue-zague.
Surda grito
E sem voz peço ajuda.
Sozinha vou flutuando,
sozinha vou andando…
Á minha volta máscaras ocas,
Braços e pernas agitados
Cercam-me, direccionam-me
E eu vou indo
Com o vento que sopra
Dos sopros do meu coração,
Buraquinhos que o deixam vazio,
Vazia fico e não sinto.
Nas minhas veias sangue já não passa,
E pensamentos correm, concorrem,
Colidem em explosões que me abrem mais buracos.
Vazia, sozinha,
Sou ar.

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