quarta-feira, dezembro 28, 2005

SÍSIFO (Feliz 2006!)

Recomeça...Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga!

Feliz ano 2006!

segunda-feira, novembro 14, 2005

Livre

Espeta-me esse olhar no peito,
Arranca-me mais um pedaço do puzzle,
Baralha-o, pode ser que não o encontre mais ,
Pode ser que me perca de mim, de ti, do mundo.
Mas fá-lo de uma só vez e rápido,
Não quero molhar o chão de vermelho,
Chega de sofrer sem razão palpável.
Mata os homens que moram no meu sótão cinza
E depois enrola-me num manta colorida.
Disfarça estas tristes cores, tapa-as,
Engana-os e diz que sempre fui feliz ,
Acima de tudo diz-lhes que sempre os amei!
Deixa-me atirada a um canto no meio do deserto,
O calor secará lágrimas derramadas,
Tornar-me-ei areia leve
Levada pelo vento para uma duna de silêncio
Livre, livre...

quarta-feira, novembro 02, 2005

Dias que passam

Amargos os dias que planeio largar-te
Aqueles em que trilho os nossos passos
Despedaçando mais um retalho da minha alma
Afogando em saudade memórias que emergem
Quando às minhas mãos lhes faltas tu
E ás tuas gélidas as minhas segurarem
Dias em que não estas cá
E não volto a sentir-te.

Dias tristes em que tenho sede de tudo
O que fomos, que foste e ainda és.
As tuas imagens, o meu refúgio
Marcas deixadas para trás.
Sigo o caminho lentamente
Inspiro, cheiro, abro bem os olhos
Recebo tudo o que não pudeste beber
Amanhã, quando passearmos
Gritaremos e acabamos com essa sede…

sexta-feira, setembro 16, 2005

QUANDO É QUE VOLTAS DESSAS FÉRIAS?!!!!!!!!!!!

quarta-feira, agosto 17, 2005

Amo-te muito meu tinhoso!



Devolveste-me a visão, consegui ver quem são as pessoas que me fazem falta e o quanto preciso delas, como são bonitas, como nada mais importa, e como fui abençoada ao ser escolhida para ser parte do teu mundo, obrigada comandante!!
Até logo!


A Gente Vai Continuar

Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

jorge palma

quarta-feira, agosto 03, 2005

Ar

Sozinha passeio,
Flutuo mandada e comandada
Executo as tarefas,
Como nada mais houvesse para fazer,
Não interessando o que passeia pelo meu pensamento.
Por fora maquina cinzenta sempre a postos,
Por dentro sangue que seca
Que só me enche o copo,
E se transforma em agua salgada,
Que escorrega dos faróis do meu cérebro
Sempre atentos aos atentados
Que vêm directos ou em zigue-zague.
Surda grito
E sem voz peço ajuda.
Sozinha vou flutuando,
sozinha vou andando…
Á minha volta máscaras ocas,
Braços e pernas agitados
Cercam-me, direccionam-me
E eu vou indo
Com o vento que sopra
Dos sopros do meu coração,
Buraquinhos que o deixam vazio,
Vazia fico e não sinto.
Nas minhas veias sangue já não passa,
E pensamentos correm, concorrem,
Colidem em explosões que me abrem mais buracos.
Vazia, sozinha,
Sou ar.

domingo, julho 31, 2005

Não te quero dizer adeus, quero que fiques comigo, que me irrites com as tuas manhas, com o teu falar alto, com a tua maneira de comer e arrotar, com as tuas paranóias. Quero apresentar-te como o meu lutador pequenino, capaz de levar o mundo as costas, e dar uma coça aos Da lai Lamas por ai! Quero poder dizer-te o que são as coisinhas que existem nos iogurtes que tanto gostas, para que servem tantas coisas. Quero levar-te a passear, só nós os dois, e vermos as mais belas paisagens e falarmos com todo o tipo de gentes.

Não fujas! Amo-te

quinta-feira, julho 07, 2005

Poemas a um guerrilheiro que morreu por um ideal..

Estou revoltada! Estou farta de falsos moralismos éticos, economicos, sociais... Vamos ajudar os pobrezinhos porque a ética e a moral assim o mandam, e não porque acreditamos verdadeiramente que é o nosso dever de igualdade como ser humano em tentarmos que essa igualdade passe de uma ideia, escrita em muitos papeis que voam e que se perdem, para um acto puro e sem segundas intenções!
Revolta-me meio mundo não saber que existiram homens que morreram por lutar por passar os seu ideais de igualdade e liberdade à pratica, e que por causa deles podemos estar hoje a escrever nesta coisa que são os tão famosos blogs, sem que nos tenhamos que esconder por detras de uma falsa identidade...
Por isso deixo aqui sentimentos expressos em forma de poesia por pessoas que tiveram o privilégio de viver e conviver com um dos maiores simbolos da luta pela libertação de todos os povos, sem o pretexo de lutas contra a opressão a mascarar a busca por ouro negro.



Hoje amanheci um pouco mais pobre
mutilado de ti
e sinto
uma dor de buraco profundo
no teu lugar.
Por fim
estão em sossego, arrancaram-te
de nós, abriram
uma ferida mais na nossa fome
onde o teu coração era um pão redondo
para a liberdade.
Agora o mundo coxeia do teu lado,
sangra por ti,
diminuiram as razões do amor
e não há quem escape a esta pobreza,
companheiro, irmão
que todos perdemos,
claridade desta manhã recém-fugida.
Não sei como pensar-te, como
dar-te dimensão do que partiu,
encher de futuro a tua ausência,
Ernesto, companheiro,
irmão que nos mataram!

Carlos Casares

Epitáfio para conduzir o Homem

Volto ao caminho com o meu
escudo no braço

Que se faça, do teu sangue, teimosa a consciência do mundo.

Que os que se atrasam recebam nas contas pedaços da tua morte.

És o que quiseste ser: um homem morto: uma árvora.

Serás a morte como foste vida.
Não te perderás: descança em guerra.

David Fernández (cuba)

VIVA CHE

Pela floresta boliviana
molhada de róseo orvalho
pelos olhos negros da índia
no clarão das fogueiras

Pela rocha o precipício
o espinho as silvas brancas
e pelo negro de engenho
que morreu com o teu nome

Viva Che

Pelo sonhos infatigável
como bela flor na fronte
pelos homens que se erguem
em relâmpagos de esporas

Por esses de várias raças
vivo olhar de fogo exacto
pelo futuro que eles beijam
na boca das espingardas

Viva Che

Pelo mundo que vai nascer
tambor de lua e vinho quente
pela América às janelas
de cravo rubro no poncho

Pelo terminar da fome
pela tua voz em todos os ventos
por uma laranja sanguínea
em cada riso infantil

Viva Che

Henri Gougaud (França)

segunda-feira, junho 13, 2005

Até sempre...

Esvaziou-se o meu peito,

Uma última gota de sangue foi expelida para as minhas artérias secas. Secas de ti, com a falta da tua imagem, desses teus olhos penetrantes que invadiam a minha alma e me enchiam de ideais, de certezas. Certezas de que como dizias “O mundo nunca é pequeno para quem tem ideais”E por isso o teu mundo tão grande, tão cheio de esperança, fraternidade, igualdade, me inspirava a sentir o meu Mundo e faze-lo crescer.

Esvaziou-se o meu peito,

Esvaziou-se como que para se encher com o que me deixaste, as imagens saídas dos teus traços firmes, a musica expirada dos teus pulmões em forma de palavras de quem tem esperança num mundo ideal, os teus ensinamentos em forma ensaiada, como que, de mansinho, nos quisesses ensaiar, nessa tua ópera, a cantarmos em uníssono a melodia desse teu Eu, tão completo e complexo.

Obrigada, até sempre camarada…

quarta-feira, junho 01, 2005

Pensamento do Dia

"O que a natureza do Universo mais ama é transformar coisas que existem e criar novas coisas como elas. Pois tudo que existe é, de algum modo, a semente daquilo que será."
Marco Aurélio<

terça-feira, maio 24, 2005

Cores

Dia Amarelo,

Que me pintas o peito de Vermelho,

Bombeando o Azul de volta as veias,

Arrastas o Verde do meu cérebro,

Inundando de Preto a minha alma

E que, no fim, me invades do futuro Branco

sexta-feira, maio 20, 2005

Voltei...

Voltei a estar com os amigos, aqueles de quem sentimos falta e só nos damos conta quando voltamos a estar com eles, e ao ve-los recordamos tempos tão bons, tão loucos, tão livres… voltei a mim mesma, voltei a sentir, voltei a rir!

Pois é, esta queima das fitas de 2005 foi isso mesmo, um voltar a sentir, a sentir como se nunca tivéssemos estado este tempo distantes, e continuássemos a ir para as aulas todos os dias, e ficarmos no bar a jogar as cartas, a conversar, a gozar aquele momento em que não estávamos a ouvir nenhuma matéria seca, com a certeza de que a Renata lá estava a tirar-nos apontamentos, para estudarmos no momento crucial, OS EXAMES!!! Com se continuássemos a trabalhar no laboratório, todos juntos, e nunca tivéssemos parado de brincar com o gelo, ou de fazer filas com os bancos com rodas e passearmos pelo lab enquanto esperávamos pelas placas secarem, ou pelos reagente reagirem… Dois anos passaram, mas este reencontrar aquelas almas que nos acompanharam mais de 8 horas por dia durante 4 anos, fez com que esses dois anos parecessem mais dois meses…


Sim fomos com a fénix, e renascemos das cinzas desta queima, como foi bom ouvir outra vez o nosso querido Bruno a cantar e a fazer as suas observações típicas, o nosso Tiné e o Scully com as suas piadas secas e gestos de ternura para com as meninas ( o pão com manteiga!), voltar ao ambiente alucinado com que andavamos sempre, sempre a rir ate doer os maxilares.

Enchemos o coração de alegria e fomos para um dos nossos meios de cultura, o recinto da queima, e crescemos mais um bocadinho com esse sentimento de liberdade e amizade pura e verdadeira.

Lu, como sempre não podemos perder o fecho desta nossa queima de 2005, e quero que saibas que foi dos melhores dias que passei de queima. Não podia ter escolhido melhor companhia para a alucinação que foi essa noite.

Sim, alucinação, já viste que estivemos mais de 6 horas seguidas em pé e aos saltos… Bem!!!

Foi uma noite cheia de surpresas, quem diria que iríamos estar assim tanto tempo a dançar com o Bruno e com o Aita a aturar-nos, coitado!!! (Mas foi tão bom, vermos que apesar de tudo, o intimo de nós todos não mudou, que apesar de tudo ainda gostamos muito uns dos outros!) Reencontrei antigos amigos, que já não via há mais de 6 anos, e que ficaram tão contentes como eu por os rever, e outra das surpresas foi o que aguentamos de shots, VIVA A SOJA!!!!

Como se não bastasse, todas as peripécias que aconteceram nessa noite ( prontos Lu eu deixo aqui um registo, EU CAI!, desequilibrei-me…) ainda tivemos que apanhar com gunas no metro, sair a meio com uns amigos rastas, muito simpaticos por sinal, e voltar a entrar para voltar a encontrar... MAIS GUNAS!!

Querida Lu,

Foi uma noite memorável, para acrescentarmos a todas as outras que já passamos juntas e sozinhas, como o S. João, em que te fartaste de dar com o martelinho nos pobres dos estrangeiros, e dançamos com emigrantes de leste!!! Quero que saibas que és das únicas a quem posso chamar melhor amiga, porque sempre o foste, em todos os bons, mas principalmente nos maus momentos, e nunca te esqueceste de ligar, ou de perguntar se estava bem e esperar pela resposta. Acompanhas-me há 6 anos e nunca me desiludiste, e por isso quero que saibas e, deixo aqui para quem quiser ler, que te adoro, com todos os defeitos e manias que possas ter, mas principalmente com esse teu coração tão grande e tão solarengo, como é grande e solarenga a tua terra natal. Obrigada por tudo que me tens feito e dito, e desculpa não poder, saber, ou esquecer de retribuir tudo isso.

quinta-feira, maio 12, 2005

Desatinos de uma insónia...

Estou cansada…

Estou cansada desta insónia que insiste em manter o meu cérebro a funcionar, a pensar, a imaginar, a constatar. O que fazer, a quem ligar, quem tocar, amanhã…?

Quero mudar, estou farta de mim, do buraquinho da minha barriga, das pintinhas na minha cara, das cortinas do meu quarto, da TV que não dá nada de jeito, e da minha insistência em mantê-la ligada…

Quero fugir daqui antes que me desfaça em um milhão de pedacinhos e depois não os voltem a colar no mesmo sítio. Sinto cada vez mais que sou parte do estuque, da tinta, da madeira desta casa. Cada canto conhece-me melhor do que quem me viu crescer, estou cansada…

Dói-me a garganta, porque o coração já não sente… começo a pensar que terei algum tipo de anomalia física e o meu coração está no sítio das minhas amígdalas, sinto o pescoço a bombear!

Até os pássaros insistem em não me descansar, 3,37 da manhã e todos animados cantam, porque? Por que raio estão os pássaros a cantar, o que haverá de tão animador lá fora a esta hora?

Mudando de assunto (João Pestana porque não chegas?), tenho saudades, mas não sei bem de quê ou de quem…

Tenho saudades de amizades da adolescência com quem tive aventuras fantásticas, 1ºs amores, 1ªs facadas, 1ºs desesperos, 1ºs cúmplices de escapadelas nas férias, sei lá, tenho saudades de quem eu era e vocês eram.
Já pensei em ligar um milhão de vezes, mas será que se lembram de mim, do livro de aventuras que iríamos escrever, como quando “fugimos” da escola para irmos até minha casa buscar não sei o que, como pretexto para mais uma aventura e todas as peripécias que aconteceram, de irmos para a urbanização em construção andar de patins e das figuras ridículas que fazíamos.

Tenho saudades dos 4, os 4 dos encontros, das idas ao cinema á tarde, das escapadelas para casa de um de nós, de me aparecerem em casa de manhãzinha, só porque á tarde tínhamos coisas para fazer… Das cartas que escrevíamos, dos e-mail, mesmo estando juntos quase todos os dias!

Tenho saudades de esperarem por mim ás 6 da tarde e ficarmos no pátio na conversa e virmos todos a pé para casa.

Tenho desejos das cestas de fruta que não dispensávamos depois de uma aula de aeróbia, quando vínhamos a pé para casa no verão, com o vento a atirar-nos os cabelos para cima do chantilly…

Tanta coisa já se passou, parece que este últimos anos sem vocês não passaram de um grande sono, com bons sonhos e muitos pesadelos e que agora começo a despertar. Por isso os pássaros cantam, para eu acordar, e olhar para a minha agenda, onde tenho os vossos nº de telefone e moradas, e marcar a carta a ser enviada, amanha e não me posso esquecer!!!

Olá!

Como estás, o que tens feito?

Será muito tarde?

Tenho saudades de ser feliz apenas com a possibilidade de concretizar um sonho, de o imaginar, de o afirmar e de não o chorar, o sofrer, o lamentar!

O relógio insiste, 4 horas, ainda sem sono, e com cada vez mais dores de garganta…Agora ladram os cães… Estranha natureza, estranho este meu eu, tive um dia cheio, exames, conversas, aprovações, aflições…estou cansada, mas não durmo!

Hoje será um novo dia, mais um para enfrentar, esperando não o fazer sozinha…

Queria escrever algo poético, interessante, para fingir que eu também o era, mas a minha mácara começa a escorregar...

Boa noite!

terça-feira, maio 10, 2005

MOMENTO VOADO

Que momento foi esse, em que olhaste para mim e sorriste, com aquela alegria que só tu guardas dentro de ti?

Que momento foi esse, em que me abraçaste e beijaste, como se nunca nos tivéssemos separado, e fossemos, durante estes anos todos, uno?

Que momento foi, que passou, desde a ultima vez que te vi, que parece tão saudoso e ao mesmo tempo tão perto?

Que momento foi esse, em que pegaste na minha mão e a acariciaste, em que senti o meu corpo estremecer de sede do teu toque?

Um momento precioso, inserido nos que já passei contigo, que me fizeram recordar de ti, do teu cheiro, do teu riso, da tua boca, das tuas mãos, do teu corpo?

Sim, um momento rápido, onde me lembraste quem sou e porque passeio aqui, em que soube mais uma vez como é bom sentir que temos quem goste de nós ainda pelo que somos, e não pela ilusão criada pela máscara que nos transporta…

Um momento de felicidade pura, como aquele nascer do sol, fotografado na minha memória, em que me enchi de luz, e voei…

"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam, poderia se encontrado numa só rosa"
Antoine de Saint-Exupèry

terça-feira, março 22, 2005

SAUDADE...

É um aperto no peito,
Uma lágrima a escorrer,
De um coração desfeito,
Uma cicatriz a esconder.
De um cheiro lembrado,
De um beijo bebido,
É um idioma falado,
De um toque conhecido.
Ter na boca o sabor
De uma musica ouvida,
Num acto de amor.
É uma foto sentida,
Como rio corrente,
Um só sentido,
Da memória recente.
É um riso perdido,
Um adormecer devagar...
Um "Simbalino" no café,
A fumaça de um bar,
Ver a cidade pé ante pé,
Com este triste olhar,
Um sentimento profundo,
Um amigo a faltar,
E mais um buraco no Mundo!

terça-feira, março 15, 2005

segunda-feira, março 14, 2005

Quero Ouvir o Silêncio

Quero ouvir o silêncio, estar sentada naquelas dunas, ao por do sol, no deserto…
Quero voltar a estar com o meu verdadeiro eu sem absolutamente nada que me distraia de mim.
Ouvir só o que vai
dentro de mim, o meu sangue a correr, saber que estou viva e que o meu coração ainda bate.
Quero voltar a encontrar o meu mais puro eu, sem influências do mundo que me rodeia.
Quero deixar cair a mascara de uma fortaleza de convicções e certezas,
Quero ser apenas eu com os meus ideais, sem que ninguém me lembre que não passam disso mesmo ideais, ideias do mundo para um mundo melhor, uma sociedade ideal!
Quero sentir-me completa em mim, no meu mundo perfeito, que é só meu!
Quero poder falar comigo, contar-me os meus mais íntimos segredos e sentimentos, enfim conhecer-me, entender o porquê de atitudes tomadas, de palavras ditas, de palavras ouvidas, de conflitos, o porquê de me sentir só em mim!

Quero
crescer em mim, quero ser humana sem deixar de ser alma.
Ser o melhor para mim e para os outros.
Quero deixar os remorsos de não agir, ou me reprimir por não ser eu nas atitudes que tomo.
Enfim quero ouvir o silêncio, como se nada houvesse no mundo com que me preocupar,
como que se o tempo parasse, para poder desfrutar da minha verdadeira companhia e escutar-me, entender-me, certificar-me que não sou incompreensível e corrigir os erros que fazem com que o seja para os outros.
Tudo isto para que quando voltar possa ser totalmente honesta comigo, sempre.
Para que possa desfrutar completamente da companhia das minhas almas gémeas (os meus verdadeiros amigos e irmãos).
Ser completa para vocês que me merecem completa, para vos apoiar, defender e amar.
Quero acreditar no meu sabio " maninho":
When The Pawn Hits The Conflicts
He Thinks Like A King
What He Knows Throws The Blows
When He Goes To The Ring
There's No Body To Batter When Your Mind Is Your Might
So When You Go Solo, You Hold Your Own Hand
And
Remember That Depth Is The Greatest of Heights
And If You Know Where You Stand,Then You Know Where To Land
And If You Fall It Won't Matter,'Cuz You'll Know That You're Right

E seguir os seus conselhos ideais:ha muita coisa e vivemos cada coisa mas ha sempre uma altura que atiramos a capa para rua e voltamos ao nosso ser. E repara, o amor é isso mesmo, sem capas, mascaras...
Deixei atrás os erros do que fui,
Deixei atrás os erros do que quis
E que não pude haver porque a hora flui
E ninguém é exato nem feliz.
Tudo isso como o lixo da viagem
Deixei nas circunstâncias do caminho,
No episódio que fui e na paragem,
No desvio que foi cada vizinho.
Deixei tudo isso, como quem se tapa
Por viajar com uma capa sua,
E a certa altura se desfaz da capa
E atira com a capa para a rua.


Não quero que penses que me sinto só, abandonada, negligenciada, não! Sei que tenho o melhor amigo, companheiro, amor do mundo. E por isso sinto-me grata a ti! Trata-se apenas de uma necessidade de me relembrar de mim. “Without you i’m nothing”, lembras-te, foi assim que tudo começou verdadeiramente, uma música dos placebo no sudoeste, e é por isso que quero ser completa, para sermos completos! AMO-TE!