segunda-feira, novembro 14, 2005

Livre

Espeta-me esse olhar no peito,
Arranca-me mais um pedaço do puzzle,
Baralha-o, pode ser que não o encontre mais ,
Pode ser que me perca de mim, de ti, do mundo.
Mas fá-lo de uma só vez e rápido,
Não quero molhar o chão de vermelho,
Chega de sofrer sem razão palpável.
Mata os homens que moram no meu sótão cinza
E depois enrola-me num manta colorida.
Disfarça estas tristes cores, tapa-as,
Engana-os e diz que sempre fui feliz ,
Acima de tudo diz-lhes que sempre os amei!
Deixa-me atirada a um canto no meio do deserto,
O calor secará lágrimas derramadas,
Tornar-me-ei areia leve
Levada pelo vento para uma duna de silêncio
Livre, livre...

quarta-feira, novembro 02, 2005

Dias que passam

Amargos os dias que planeio largar-te
Aqueles em que trilho os nossos passos
Despedaçando mais um retalho da minha alma
Afogando em saudade memórias que emergem
Quando às minhas mãos lhes faltas tu
E ás tuas gélidas as minhas segurarem
Dias em que não estas cá
E não volto a sentir-te.

Dias tristes em que tenho sede de tudo
O que fomos, que foste e ainda és.
As tuas imagens, o meu refúgio
Marcas deixadas para trás.
Sigo o caminho lentamente
Inspiro, cheiro, abro bem os olhos
Recebo tudo o que não pudeste beber
Amanhã, quando passearmos
Gritaremos e acabamos com essa sede…